A Dentista e o Monstro
- Luis Filipe Chateaubriand
- 22 de jun. de 2020
- 1 min de leitura
Era uma vez uma dentista.
Pessoa de meia idade, era casada com um engenheiro de empresa multinacional há 20 anos, e o casal tinha uma filha de 18 anos.
Com o numerário que o marido recebia mensalmente, este montou um consultório dentário para ela, em bairro pobre da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A dentista, porém, começou a ser objeto de extorsão por um miliciano da região, que frequentemente fazia visitas ao estabelecimento para faturar algum para a organização criminosa que frequentava.
Em atitude sem vergonha, cafajeste e mau caráter, a dentista trai o marido, tendo um caso amoroso com o miliciano, que deveria ser visto como algoz.
Não é o bastante: a dentista trama o assassinato do marido, para que o miliciano execute.
Em determinado dia, o marido vai visitá-la no consultório e, ao sair, fica desaparecido.
É encontrado três dias depois, em uma praia de Rio das Ostras, morto à beira da água, com o corpo cravejado de balas.
Assim que a dentista consegue que seu plano de matar o marido seja executado pelo miliciano, termina o relacionamento com o fora da lei.
Afinal, ela já havia conseguido o que queria: ver o marido morto, para ganhar 200 mil reais da empresa em que o marido trabalhava a título de indenização e ganhar outros 200 mil reais do seguro de vida.
Matou o marido, a quem fazia de corno, por 400 mil reais.
Não, meus caros, não é fantasia, nem roteiro de filme.
Aconteceu, mesmo.
A dentista tinha um monstro dentro de si.
Estamos em pleno século XXI e, ao invés de vermos um mundo em evolução, vemos desgraças, descaramentos e falta de índole, como essa.
Dá vontade de chorar!
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