top of page

A História de um Homem Fracassado

Com três anos de idade, um menino português vinha para o Brasil, com irmã mais nova e mãe.


Eles vinham se juntar ao pai, que já estava no Rio de Janeiro há dois anos.


Depois de alguns anos de alguma estabilidade, passaram por tempos difíceis, pobreza, fome, desalento.


O pai da família tinha dívidas a pagar, e era a mãe, que vendia Tuperware, que provia o sustento da casa.


As coisas melhoraram, as dívidas foram pagas, o pai ascendeu profissionalmente, virou principal executivo no Brasil de uma grande multinacional do turismo.


O menino, então, na juventude, começou a levar vida de "quase rico", além de ter viajado para vários estados brasileiros e vários países.


Aos 17 anos, foi fazer graduação em Administração na Universidade Federal do Rio de Janeiro, aos 22, pós graduação em Comércio Exterior na Universidade Federal do Rio de Janeiro, os 23, Mestrado em Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas e, aos 29, MBA Executivo no prestigiadíssimo COPPEAD da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Aos 26 anos, já era monitor na Fundação Getúlio Vargas e, aos 27, já era professor universitário.


Uma carreira exitosa parecia estar a caminho.


O lado pessoal, contudo, não era a mesma coisa.


O rapaz, obeso, sofria com insucessos em relacionamentos femininos.


Era desprezado por todas as moças com quem se envolvia emocionalmente.


Isso o levou a fazer tratamento psicológico e, posteriormente, psiquiátrico.


Aos 30 anos, se casou com uma dama - interesseira, egoísta e fútil - o casamento durou pouco mais de dois anos.


Logo depois, se apaixonou por uma mulher que dizia amá-lo, mas tão somente brincava com seus sentimentos.


Foi aí que, ao 34 anos, a depressão piorou, e foram quatro anos de inferno!


Ao 38 anos, as coisas melhoraram, foi quando conheceu a esposa atual.


Casaram, tiveram duas filhas, que se juntaram às outras duas que ela já tinha.


Aos 42 anos, foi chamado por uma empresa pública para a qual tinha prestado concurso e estava em cadastro de reserva.


Agora, tinha dois empregos: servidor público e professor universitário.


Que alegria!


Mas, como diria o poetinha Vinícius de Moraes, "de repente, não mais que de repente", tudo começou a ruir, como um castelo de cartas!


Já com dívidas, o rapaz foi demitido da Instituição de Ensino Superior em que lecionava, em 2018.


Não mais dois empregos, apenas um.


Uma renda para seis pessoas se sustentarem.


Procurou novas oportunidades para lecionar, não conseguiu.


Ué, aquele currículo todo citado lá em cima não serve para nada?


Procurou vários outros empregos, mas qual seria possível de conciliar como o cargo público (de dia) se não o de professor (à noite)?


Afinal, o cara serviu por 21 anos para lecionar e, agora, não serve mais?


A família do sujeito está passando por extremas privações.


O cidadão pensou em, pelo menos, para sua diversão, ter um blog, onde pudesse escrever sobre diversos assuntos, dar aulas de Administração e palestrar sobre futebol.


Põe isso em prático.


O que acontece?


Nada.


O blog não tem repercussão alguma, prestígio algum, sucesso algum.


O camarada pensa: "Não consigo provir minha família que está em dificuldades que não consigo sanar, sou um insucesso profissional, os projetos em que invisto não dão certo - eu sou um retumbante fracasso!".


A pergunta que não quer calar é: o que o cara faz da vida?

78 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

A Alegria na Vida da Gente

Já dizia Vinícius de Moraes que "é melhor ser que ser triste". Com efeito, enquanto a tristeza nos leva para um sentimento muito...

O Otimismo na Vida da Gente

É sem sombra de dúvidas que a pessoa otimista é mais saudável do que a pessoa pessimista. Quando se é otimista, o corpo e a mente...

A Gratidão na Vida da Gente

Imagine um casal. O marido é grato pelo que a esposa faz, pela forma que ela cuida da casa, cuida dos filhos, cuida da alimentação, pela...

Comments


Post: Blog2_Post
bottom of page