Maria Alice, esse era o seu nome.
Tia de meu pai Ricardo, que, anos mais tarde, ficaria conhecido como Ricardo Ferreirinha.
Minha tia avô e minha madrinha de batismo - sim, nossa família era católica, hoje, sou espírita.
Morávamos no Porto, em Portugal.
Eu com dois anos e pouco, a Lara, minha irmã, pouco mais de uma ano.
Era um domingo, e passeávamos pelo Parque da Boavista, com nossa mãe e a minha madrinha.
Findo o passeio, começamos a subir a Rua da Boavista, onde morávamos, perto do Estádio do Bessa, onde havia o clube de futebol Boavista.
Subíamos a rua, quando um autocarro, como se chama em Portugal, desgovernado - a mulher que o dirigia desmaiou ao volante - veio em nossa direção.
Tragicamente soubemos, depois, vejam só, que a mulher que dirigia o autocarro era conhecida da família!
Kafka puro!
Minha mãe levava a Lara no colo e minha madrinha me levava no colo.
O carro veio bem em nossa direção, levemente em direção à minha mãe e em cheio em direção à minha madrinha.
Pois eis que minha madrinha teve a presença de espírito de me jogar para bem longe ates do carro se aproximar...
A batida foi forte e fatal.
Minha madrinha morreu na hora!
Minha mãe sofreu uma batida forte, mas lateral, ficou internada por dias no hospital.
A Lara, como estava no colo da minha mãe, e esta sofreu uma batida lateral, nada sofreu.
E eu, apenas sofri arranhões de ter sido arremessado para longe.
Não fosse a presença de espírito de minha madrinha, teria morrido junto com ela.
Já estou no lucro há 47 anos, tendo sido presenteado com duas enteadas e duas filhas maravilhosas!
Madrinha, meu anjo da guarda, te devo essa!
Gratidão eterna e te amo muito!!!
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