O Futuro Que Repete o Passado
- Luis Filipe Chateaubriand
- 16 de ago. de 2020
- 1 min de leitura
Há alguns anos, assisti o filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, dos anos 1960.
Nele, há uma sequência clássica, em que Roberto (ou um doble, é claro) passeia pela cidade de helicóptero.
Ficou célebre a cena em que o helicóptero passa pelo túnel que liga Botafogo a Copacabana, em manobra extremamente arriscada.
O prédio do Shopping Rio Sul, inaugurado em 1980, ainda não estava lá, é claro.
Mas fora isso, praticamente tudo que vemos hoje, já víamos naquela época.
Botafogo era o mesmo, Copacabana era a mesma, o Centro da Cidade era o mesmo.
Sinal claro que o futuro não é tão diferente do passado quanto imaginamos.
Nos anos 1970, quando usava calças curtas, quando imaginava o futuro, imaginava robôs aos borbotões, máquinas automáticas que faziam todos os serviços domésticos, discos voadores substituindo os automóveis.
Um cenário parecido com o do desenho “Os Jetsons” e, posteriormente, com os filmes da série “De Volta para o Futuro”.
Não foi assim.
Houve mudanças?
Decerto que sim.
Mas essas foram mais melhorias e aperfeiçoamentos em conceitos que já existiam, menos criações de novos conceitos.
Evoluções, não revoluções.
Por exemplo: cá estou eu, digitando este texto para vocês.
Se não preciso mais escrevê-lo e posso digitá-lo, uma evolução, não tenho a possibilidade de ditá-lo para que a máquina o digite – o que seria uma revolução.
Enfim, em um mundo em que parcela significativa da população ainda morre e fome e há países que têm mais de 100 mil mortes por pandemia – inclusive o mais rico deles e o que a gente vive – o futuro ainda não chegou.
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