Quando se reflete nos pensadores da época moderna, é impossível deixar de fora o brilhante Michel Foucault da lista dos mais geniais.
Preocupado com a questão de como o ser humano é cerceado em sua liberdade, tanto física como a de pensamento, desenvolveu obras seminais a respeito.
Em “Vigiar e Punir”, mostra que, antes, as pessoas eram manipuladas, manietadas, e transfiguradas, no seu pensar, através da coação física.
Era através do aprisionamento, das pancadas, dos choques, que se fazia um ser humano ir se despersonalizando ao longo do tempo.
Contudo, o advento da modernidade foi fazendo que a coação física fosse substituída pela coação psicológica.
Esta é feita de argumentos mentirosos que, repetidos exaustivamente como se fossem verdade, vão sutilmente despersonalizando o indivíduo sem que ele mesmo perceba, o que vai o tornando indefeso a tanto.
A conhecida “lavagem cerebral”.
Já em “A Microfísica do Poder”, mostra-nos que o poder está presente não apenas na ação coercitiva do Estado, mas em diversas esferas, maiores ou menores, que se comunicam entre si, bem como se comunicam com o Estado.
Mostra, também, que a perspectiva de exercício de poder não costuma ser democrática, mas sim autoritária, ou seja, desde o “chefe” de família até o presidente de uma grande empresa, há uma perspectiva de mandonismo implícita no exercício do poder, muitas vezes hipocritamente mascarada em formas aparentemente democráticas de exercê-lo.
Enfim, retrata-se que os grupos de poder não são sempre os mesmos, mas que são substituídos, destituídos, renovados, o que dá ensejo à célebre frase do início do livro, “o poder circula”.
Se você não deseja ser massa de manobra de quem quer que seja, ler Michel Foucault é mister!
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