Estava, hoje, vindo para o trabalho, aqui em Botafogo, no Rio de Janeiro.
No metrô, quase chegando ao destino final, entra um artista, que apresenta seu instrumento e começa a cantar.
Musiquinha chata do Seu Jorge...
Mas que "eis que de repente, não mais que de repente" (como diria o poetinha Vinícius de Moraes) o cantor ataca de Dona Ivone Lara e seu clássico "Alguém Me Avisou":
"Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há
Foram me chamar,
Eu Estou aqui, o que é que há
Eu vim de lá, eu vim de lá, pequenininho
Mas eu vim de lá pequenininho
Alguém me avisou para pisar nesse chão devagarinho
Alguém me avisou para pisar nesse chão de vagarinho".
Várias pessoas começaram a cantar junto, no vagão.
E este que vos escreve só pensava na música cantada pela celestial Maria Betânia!
Logo após, o artista ataca de Luiz Gonzaga e a sua "A Vida de Viajante":
"Minha vida é andar por este país Pra ver se um dia descanso feliz Guardando as recordações Das terras onde passei Andando pelos sertões E dos amigos que lá deixei
Chuva e sol Poeira e carvão Longe de casa Sigo o roteiro Mais uma estação E a alegria no coração".
E, de novo, as pessoas cantam junto!
Uns dez minutos de alegria garantida!
Agora, lembro de Chico Buarque de Hollanda e seu clássico "Paratodos", que em seu trecho final diz:
"O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O me bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro".
Viva o artista brasileiro!
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